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Não sabemos muito sobre o Anubis, ele não nos revelou nome, idade, não mandou foto alguma ou links, porém nos mandou um texto.

O Cartaz Branco também permite o anonimato em postagens, para pessoas que não se sentem a vontade em vincular o conteúdo à imagem. 

Então fiquem com o texto.

Hoje já sabemos que o Anubis é um dos criadores do Cartaz, o Cléber Paes.

 
 
veja outro texto do Cléber (identidade do Anubis)
 
 
Leia abaixo o texto de Anubis:

Anubis

Na capital da minha alma

     

     De repente lá estava eu, perdido nas ruas da minha mente. Levado pela insônia, e hospedado pela madrugada. Lá pude ver meus devaneios caminharem como transeuntes depressivos, esbarrando uns nos outros, também avistei a Consciência mendigar desculpas pelos cantos, e o Orgulho, apesar de perturbado, nunca a olhava.

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    O lugar não tinha forma, era tão único que nem “abstrato” serviria como definição. Andei em qualquer direção, desviando de várias dores de cabeça que caminhavam em séquito. Cheguei então a um desfiladeiro. A luz, esperta, não ia até lá, a penumbra reinava e o frio como um bom filho a acompanhava. Perto da queda pude ver meus planos, todos encarando o abismo, alguns já estavam lá embaixo, todos atraídos por uma mulher, um ser diabólico que vivia no fundo do buraco, de pele alva e cabelos vermelhos, seu corpo era um vício aos olhos, e junto de toda essa luxúria ela carregava consigo um nome, depressão.

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    Seduzia minhas vontades, planos e desejos a pular no esquecimento. Matava minhas paixões, e destruía meus amores. Roubava as Chances dos Desejos e os deixava viúvos. E apesar de tudo isso... Lá estava eu, olhando-a, admirado, sem ter coragem de desviar do seu encanto, depois de 5 minutos, ou 5 horas, não sei, a noção do tempo já morrerá naquele ponto, ela olhou para mim, corri antes que cedesse completamente.

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    Depois de muitos passos, sem saber o destino, cheguei em um lago. Ao seu redor não existia nada, porém dentro pude ver Lembranças, elas banhavam-se nas águas claras e sorriam, sorriam como se a felicidade fosse eterna, e era, ao menos para elas. Quis conversar com alguma, mas as tais não saem de lá. A Saudade aconchegou-se do meu lado e nos limitamos a invejá-las de longe.


                                                                                                                           (PAES, C. Na capital da minha alma, 2012)*



*já revelamos que o Anubis é na verdade o Cléber Paes

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Toda Quarta-feira seu texto no Cartaz Branco

Revisado por: Ayla Viana

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