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Rock In Rio 2013 - dia 22

por: Jamile Alves

 

Atrações Palco Mundo: Kiara Rocks, Slayer, Avenged Sevenfold e IRON MAIDEN.

 

 

 

O Rock in Rio encerrou o seu último dia com um line-up dedicado ao bom e velho Metal. Belisquei-me várias vezes quando vi a seleção de bandas pela primeira vez, e os mais chegados sabem do choro que entoei quando minha banda preferida confirmou participação no festival. Antes mesmo de dizer o que teve por lá, antecipo que o dia 22 de Setembro entrou, se não para a história do RiR, para a história de todos os que viveram aquele momento extraordinário na Cidade do Rock.


    

 

 

 

Os trabalhos começaram cedo. Os portões deveriam abrir por volta das 14h30 e NEM COM NOJO eu poderia perder o primeiro show no Palco Sunset. Cheguei com uma hora de antecedência e, infelizmente, constatei que todos tiveram a mesma ideia que eu. As entradas estavam completamente congestionadas e não entrei a tempo de ver André Matos e Viper. É, ainda não superei esse fato. Pelo que ouvi (e imaginei mesmo que seria), o grupo iniciou o dia 22 com total maestria.

 

Depois, os alemães do Destruction receberam os brasileiros do Krisiun. Som de qualidade com direito a um dos maiores mosh pits que já vi nada vida (“um dos”, porque até o final do dia o show do Slayer conquistou o título). Entre outras palavras mais bonitas para usar aqui, os caras arregaçaram, deram aos presentes um show mais valioso que os 120 reais pagos pelo ingresso.

 

Foi a vez do segundo show do dia mais esperado por mim: a banda de power metal Helloween. No início do show eu já esperava o Iron Maiden no Palco Mundo pra ficar um pouco mais perto da grade. Bastou ouvir “Eagle Fly Free”, do preferido álbum Keeper of the Seven Keys, pra sair correndo cantando a música pela Cidade do Rock. Fiz meu videoclipe mental, uma coisa linda de se ver (não). A banda entoou clássicos como “I’m Alive”, “If I Could Fly”, o clássico supremo “Power”, “Dr. Stein”, “Future world”, e o clássico absoluto dos absolutos “I Want Out”. Apesar de Andi Deris ter desafinado indiscretamente em algumas canções, foi um erro não colocar a banda para tocar no Palco Mundo.

 

 

E então chegou o momento de grande surpresa para todos: Zé Ramalho e Sepultura. Sem dúvida essa mistureba está no topo da lista dos encontros mais inusitados e bem sucedidos do festival. A surpresa com certeza não foi só para a plateia. O Sepultura viu-se diante de um público muito mais animado do que em sua apresentação na quinta-feira (19). 

“Dança das Borboletas”, a trilha sonora do filme Lisbela e o prisioneiro, recebeu uma roupagem simplesmente maravilhosa, que de tão sem explicação para tamanha perfeição vou deixar o  vídeo ao lado para vocês ouvirem com os próprios ouvidos do que eu estou falando. Como se tudo já não tivesse sendo incrível o suficiente, Sepultura encarnou o hino da carreira de Zé Ramalho, “Admirável Gado Novo”, o ápice da apresentação. Nunca em vida vocês verão tanto heavy metal entoando “ÊÊÊÔÔ VIDA DE GADO, POVO MARCADO Ê, POVO FELIZ”. Momentos que só o Sunset pode proporcionar.

 

 

O Rock in Rio poderia acabar por aqui. Todos indo para casa, felizes e satisfeitos. Mas sabe o que era melhor? Agora que iam começar os shows principais! Como Roberto Medina nunca dá ponto sem nó tem que rolar um jabá com Kiara Rocks, banda formada no programa “O Astro”, do SBT (imaginem). A primeira música tocada foi “Ace of Spades” do Motorhead pra calar a boca de quem mandava o grupo para bem longe antes mesmo de o show começar. Funcionou claro, mas não por muito tempo. A banda começou a tocar músicas autorais que desvirtuaram o público da pegada inicial. Quando todos já começavam a dormir Paul Di’anno, ex-vocalista do Iron Maiden, sobe no palco pra ensinar a garotada como fazer o bagulho direito. ”Highway to Hell” do AC/DC, “Blitzkrieg Bop” dos Ramones, e “Wratchchild” do Maiden levantaram novamente o ânimo do público. E claro que no final não poderia faltar o discurso demagogo sobre a conjuntura política e social do país “a la” Capital Inicial né? Enfim, um show resumido pela frase: “foi ruim, mas foi bom”.

 

Chegou a vez do traumatizante show do Slayer, no melhor sentido da palavra, claro. Poucos sabem qual é a sensação de ser o epicentro de uma rodinha punk de uns 4 km. Eu descobri naquele dia, o que me rendeu incontáveis hematomas. O som da banda não cativa meus ouvidos, mas a habilidade dos caras é inegável. Repetia várias vezes, pra mim mesma “Eu não vou desistir desse lugar privilegiado, eu vou sobreviver” entre outras frases de autoajuda, e aguentei ficar ali na frente do palco por apenas duas músicas. Disse pro meu namorado que queria ir para trás, até que: olhamos para trás. Com o mar de gente espremida que eu avistei, ou eu saia dali voando ou... Fingindo que estava passando mal. Pois bem, teatralizamos minha pseudo morte. “Ela tá passando mal, abre! Abre! Ela desmaiou! Sai da frente!”, e assim chegamos a um lugarzinho distante, porém, mais confortável. Foi sofrido deixar a frente do palco, mas eu escolhi viver.

 

 

Confesso que não me entusiasmei com a confirmação da próxima banda do line up, ainda mais com o posto de responsabilidade que ocuparam, abrindo o show do Iron Maiden. Avenged Sevenfold mostrou um show bem estruturado e sem excessos exibicionistas, o que mereceu um ponto. No final das contas, a banda teve uma boa receptividade. Ponto para o talentoso guitarrista. Vou me conter somente com esses comentários para evitar discursos excessivamente ortodoxos. Aproveitei o tempo pra recarregar as baterias e desmaiei na grama. Acordei pra cantar “Afterlife”, e voltei a dormir. Os fãs da banda aprovaram o show, mas eu só pensava que dali alguns minutos estaria frente a frente com os meus maiores ídolos. A noite era deles.

 

 

Os minutos que esperei entre um show e outro pareciam uma eternidade. Estava em um lugar afastado, mas bem localizado, com visibilidade total do palco. As luzes escureceram anunciando o próximo e último show do Rock in Rio 2013. Iron Maiden entra em cena após uma explosão, seguida pela música “Moonchild”, já pra derramar aquela lágrima discreta dos fãs. O repertório recuperou faixas da turnê “Maiden England”, que divulgava a turnê “Seventh Son of a Seventh Son” em 1988.

 

A partir daí começou o meteoro de músicas clássicas: “Can I Play with Madness”, “2 Minutes to Midnight”, “Afraid to Shoot Strangers”, seguido pela conhecida “The Trooper”. Ao se dirigir ao público, claro que não poderia faltar a marca registrada de Bruce Dickinson: “Scream for me Rock in Rioooo”, e eu, claro, obedecia histericamente. A noite reservou uma série de coros durante refrãos das músicas mais aguardadas, como em “Phanton of the Opera”, “Run to the Hills”, “Wasted Years”, e claro, o “ôôôô” mais cantado do heavy metal de “Fear of the Dark”.

 

Dickinson era o dono do espetáculo. Desenvolvia suas tradicionais corridas, gestos, e energéticos e incontáveis saltos. Já o baixista e fundador Steve Harris e o guitarrista Dave Murray arriscavam poucas movimentações, mas seguem cada vez melhores quando o assunto é agilidade dos dedos. O baterista Nicko McBrain e os guitarristas Adrian Smith e Janick Gers mostraram que a banda, ainda com apresentações impecáveis, está longe de ter um fim.

 

A estrutura do show é um espetáculo a parte. O carismático mascote gigante da banda, Eddie, entrou diversas vezes no palco para interagir com o grupo e com os fãs. Todos nós sabíamos quando e como ele iria aparecer, mas, mesmo assim, ainda conseguíamos nos surpreender com os mínimos detalhes.

 

Foram 100 minutos de puro heavy metal. “Running Free”, primeiro single da história do Maiden, encerrou o último dia de atrações do Rock in Rio. Saldo completamente positivo. A “Donzela” mostrou para o que veio. UP THE IRONS! E que venha 2015! 

Especial Rock In Rio 2013:

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