“Abandono”
Quem sabe pela rapidez
Ou pela demora
Pelo excesso
Ou pela falta
Por meu ridículo poema
Que tudo diz e nada fala
Por nossa assustadora proximidade
Ou pela insistente distância
Quem sabe por minha tão grande fé
Ou falta de esperança
Abandonaste-me de repente
Deixando-me sentindo o vazio
Além dos extremos de minha cama.
Talvez por sermos tão iguais
Mesmo assim tão opostos
Rejeitaste, então, todo meu sentimento.
Pergunto-me, mesmo assim,
Por que parece que tiraste tudo que havia aqui dentro?
Manuella se divide em estudar, trabalhar como modelo e escrever alguma coisa no intuito de descontar no papel tudo que sente, vê e pensa.
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Manuella Silvestre
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Toda Quarta-feira seu texto no Cartaz Branco
Movimento
Sai da janela
Que a vida não espera, menina.
Desse jeito te arrependerás.
Sai da janela
Enquanto ainda és bela, menina
Pois o tempo castiga até os imortais
Esquece-te daqueles olhos
Que já não te procuram mais
Esquece-te daquele beijo
Que não mais sentirás.
Passou, morreu
Só o que restou foi o pranto teu.
Tu sabias que assim seria, menina.
Insististe em se machucar.
Aquela voz em outros ouvidos sussurrará, menina.
Aquele sorriso já não será mais teu.
Levanta a cabeça, menina.
Sai da janela
Busca a mulher que tu és
Longe do amor que se perdeu.