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Inayê sonha em fazer Medicina, mas sempre teve paixão por Letras. Isso explica fácil o interesse em Literatura. Aos 17 anos, cursando o segundo ano do Ensino Médio, diz que sua inspiração vem muito da literatura em geral e principalmente por músicas, fotografia e coisas que lhe tiram o tédio do cotidiano.

Para ler mais ou entrar em contato com a garota é fácil, acesse:



Tumblr: http://inayebivar.tumblr.com/

Contato: inaye_bivar@hotmail.com

 

Leia abaixo dois textos de Inayê Bivar.

Inayê Bivar

"O quintal é pequeno, possui três bancos de ferro com almofadas (estando eles dois no maior), plantas pequenas em volta das paredes, uma área gramada e dois ou três coqueiros. A noite chega aos poucos, o céu está azul anil e os coqueiros sobre suas cabeças fazem parecer estar mais escuro. Ele coloca as pernas em cima do outro banco e ela cruza de lado as suas, pousando a cabeça no ombro dele. É aconchegante. Ela sente-se feliz, calma e protegida, pois sabe que mesmo que um estranho entrasse pelo corredor lateral, ele estará lá para protegê-la de tudo. Antes o silêncio era total, porém agora música, que vinha do quarto de cima, enche o ambiente externo também, fazendo-a entrar em devaneio. Inesperadamente ela avista um vagalume e os dois o seguem com o olhar, rindo da sorte de juntos conseguirem ver um animal não tão comum. Uma música com baixo vibrante começa a tocar; a letra não tem nada haver com a história dos dois, mas não deixa de emocioná-la. Ela afasta-se um pouco para olhá-lo de frente. O olhar dele pesa sobre ela, cheio de paixão e cuidado, e ela se sente amada. A música é dramática, fá-la ter vontade de interpretar ali mesmo, naquela íntima floresta deles dois. Também a enche de vontade de deitar sobre o corpo dele no banco e de alguma forma mostrar que aquele amor seria duradouro, sem precisar de tantas reviravoltas negativas. Porque as únicas reviravoltas que eles terão serão felizes surpresas, como em aniversários, na cama e, depois de um tempo, pequenas surpresas diárias, para garantir que nada entre eles seja um tédio, como nunca foi. Então ela tenta passar isso por olhar, um olhar profundo, que ele sustenta por um bom tempo, até começar a sorrir e ela perguntar o quê ele está pensando, como sempre. E ele puxá-la para si, acolhê-la nos braços e dizer “nada”, como sempre. E como sempre ela dorme em seu colo.

Revisado por: Ayla Viana

Carta para um estranho:

Devo dizer olá ou ignorar-te, como costumo fazer? Qual teu nome? Por que estás me olhando? Como vai? Não vou com a tua cara. És da onde? Não me importa. Desde quando temos contato? Desde quando deveria falar contigo? Olha, vamos ser sinceros. Não sou simpática, estranho. Não vou falar contigo a menos que eu ache que tu sejas interessante, que tenha algo especial para me oferecer. Não importa o quê. Um ombro, uma conversa, um beijo, um café. Eu não vou com a cara de metade das pessoas e por isso não falo com quase ninguém. Aliás, por que estou falando contigo? Por que tu estás falando comigo? Será que tu és como eu, que só conversa com alguém se achar que vai valer a pena ou conversa com qualquer um? Quais teus sonhos, quais tua história? Quantas vezes por semana choras, quantos sorrisos soltas num dia? Nem sei se quero saber.  Aviso a ti, não sou nada comum. Tenho defeitos de fábrica e vantagens de utilização. Qual das duas coisas tu vais pegar, não temos como saber. Gostaria (gostaria mesmo?) que soubesse que eu não confio logo nas pessoas. Eu demoro, demoro, demoro. Tem pessoas que conheço a anos e até hoje não confio. Se eu confiar em ti de cara, nossa, tu és mesmo interessante. Levo tempo para me entregar, por que já me entreguei demais. Quem está na minha vida ou/e no meu coração são únicos, necessários e sortudos (ou seria azarados?) Muitas pessoas já passaram por aqui, mas está tudo trancado para elas agora, e eu troquei a fechadura. Algumas ainda insistem na antiga chave, forçando-a. Mas, querido, quem sai não volta mais para mim, do mesmo jeito que quando eu vou embora, ninguém me faz voltar. Costumo amar com a cabeça e meu coração é mudo. Ele tem raríssimas chances de se pronunciar, e quando pronuncia, parece muito mais um furacão. Por isso, digo-te, se quiser conhecer, cativar-me, faça meu coração falar.

Revisado por: Ayla Viana

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