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Festival Amazonas de Ópera - rOCKa  Mistureba musical de alto nível

 

 

“Ah, melhor não me empolgar" é o que eu botei na minha cabeça desde o momento em que comprei o ingresso pra assistir ao rOCKa. Afinal, minha mais recente experiência com o Teatro Amazonas, alguns meses antes, não tinha sido nada legal: uma tentativa de assistir ao espetáculo “Música no espaço", que resultou em frustração ao ter que voltar pra casa depois de os ingressos se esgotarem e não conseguirmos assistir à última das sessões.

Texto: Mariana Filizola

Fotos: Secretaria de Cultura do Amazonas

Então dessa vez decidi que só ia acreditar mesmo que o rOCKA seria legal quando estivesse lá dentro assistindo. Vai que a gente não consegue entrar? Ou as bandas só tocam músicas que eu não conheço? O rOCKA prometia rock no Teatro, será que isso ia dar certo? Era melhor não ter esperado nada mesmo, porque o que eu assisti ontem...foi acima de qualquer coisa que eu poderia imaginar!

 

Quando entramos, o Teatro ainda não estava cheio. Mas, ainda assim, o público era algo bem curioso: tinha gente de uns trinta, sessenta, vinte e até gente com menos de dez anos de idade! Quanto aos músicos, quando apagaram as luzes, fiquei imaginando que loucura seria aquela de uma orquestra acostumada a tocar Beethoven, tocar rock. E se fazia parte do Festival de Ópera, o que esperar dos cantores então?

 

Nos primeiros versos de Live and Let Die, percebi que aquela mistureba seria no mínimo diferente de tudo o que eu já ouvi. A Orquestra de Câmara do Amazonas, junto com a Immigrant Band e outras participações incríveis, foram de Beatles à Iron Maiden, passando por Eagles, Rolling Stones e várias outras bandas - até Radiohead! Mas, na minha opinião, o maior destaque da noite foi a interpretação de Kashmir, do Led Zeppelin. Sério. Foi daquelas coisas que você fica de queixo caído sem conseguir saber pra onde olhar. A harpa, o solo no violino elétrico, a voz, a guitarra... caramba! A música em si já é maravilhosa mas eles conseguiram fazer um arranjo de arrepiar. E ver isso tudo naquele Teatro então, putz... de tirar o fôlego!

 

Apesar de o espetáculo ter durado duas horas e meia, tenho certeza que não foi o suficiente. Cada uma das bandas que eles apresentaram merecia uma noite especial - principalmente depois de ouvirmos o quanto os arranjos executados por eles ficaram bons. Essa ideia, aliás, de uma mistureba de rock em pleno Festival de Ópera, tem uma proposta muito interessante: trazer o público de outros estilos pra ouvir a Orquestra e desmistificar a ideia que a gente tem de associá-la com música “entediante“. Os músicos interpretam o erudito e o rock com o mesmo afinco e a mesma energia! Como finalizou o maestro regente do espetáculo, Marcelo de Jesus: “Seja Beethoven ou Led Zeppelin, a gente toca com vontade porque gosta e principalmente porque é música boa!“. Deu pra perceber muito bem isso durante a noite de ontem. Mas a gente jura que não se importa de ter que conferir de novo mais vezes...

 

 

Mariana Filizola

 

Fotos do rOCKa:

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