Nicolas Junior veio para Manaus-AM para um curso de Áudio no intuito de trabalhar no estúdio musical de seu irmão. O cantor, que nunca havia tido contato com a arte, viu que as máquinas do estúdio não eram sua praia. Nesse tempo em Manaus, Nicolas morou no estúdio, e com ajuda dos colegas e de seu tempo livre dentro do ambiente da música, aprendeu a tocar violão aos 24 anos (e agora qual é sua desculpa para iniciar uma aula de instrumentos?). Ele logo quis compor, criar sua própria música, e fez seu primeiro disco, onde tocava o convencional com inspirações de Caetano Veloso e Vinicius de Moraes.

 

Percebeu que a música era seu dom ao ser compositor de vários clientes do estúdio. Criou várias canções de sucesso de artistas locais. Seu primeiro som gravado foi para o cantor David Assayag.

 

Após a falência do Estúdio onde trabalhava, Nicolas teve que arranjar um jeito de se sustentar, sua saída foi tocar em barzinhos mostrando seu primeiro CD. Com isso viu que o convencional não era o que queria, e precisava criar o que lhe agradava, coisas mais lúdicas e críticas. Assim compondo o “Divina Comédia Cabocla”, cheio de críticas, ironias e bom humor.

 

Recentemente, compôs o seu quinto trabalho, o disco “Mãos”, onde retrata os gênios que mudaram a humanidade usando as próprias mãos (no pé da letra). Ao escutar a primeira gravação, o cantor achou o disco com grande riqueza de conteúdo, porém chato, faltando aquela “graça emocional” nas músicas. Resolveu assim, recriar as canções.

 

Nicolas já pensa no próximo projeto, no qual pretende contar a história do Amazonas em forma de música. Nesse projeto, ele conta com a ajuda de um professor doutor em História que irá guiar seus passos de maneira cronológica. A ideia desse projeto é ajudar o professor nas aulas de história, deixando o ensino mais lúdico.

 

 

 

Após falar um pouco de sua carreira, Nicolas explana algumas questões sobre apoio à cultura e também sobre início de carreira:

 

Em sua carreira, você recebeu muita ajuda cultural?

"Em todo Brasil tem uma barreira para o desconhecido na arte, e o apoio não foi algo muito forte em minha carreira. Houve pessoas que me ajudaram sim, inclusive projetos do Governo. Mas o artista depende de seu próprio esforço. Sempre quis tocar minhas obras e me sinto muito privilegiado por ser um artista que vive de sua música, sendo totalmente autoral."

 

 

 

Qual o recado para aqueles que buscam começar no mundo da arte?

"Acredite em si. O artista enfrenta uma fase onde existe uma barreira moral dele mesmo, no qual há uma resistência achando que o público nunca te aceitará. Essa fase deve ser passada e logo após, tudo ficará mais tranquilo. Hoje, se eu entro no palco e sou vaiado, eu continuo bem, pois estou fazendo meu trabalho de forma honesta e sincera comigo mesmo.

Então essa fase da “inferiorização” do artista recente, deve ser enfrentada. Sempre acredite em sua arte."